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Maria Fumaça: Programa conectou famílias e artistas baianos na TV

  • Foto do escritor: Yuri Pastori
    Yuri Pastori
  • 29 de abr. de 2018
  • 6 min de leitura

Atualizado: 29 de dez. de 2024


Netinho cantando "Coração de Tambor" em 1989 no Maria Fumaça


Já mais crescida, a apresentadora Paty Fofolete apresentou o Maria Fumaça. "Eu apresentei sozinha, foi um programa com trenzinho que fazia uma correlação com o Show Maravilha, porque o meu programa vinha antes da rede nacional com o Show Maravilha. Eu ficava com as famílias de duas às três da tarde e de três às cinco ficava a Mara. Nós ocupávamos as tardes do SBT naquele período. O Maria Fumaça era muito legal, tinha shows de artistas, divulguei muita gente bacana, Netinho com a Banda Beijo, Daniela Mercury na época com a Companhia Clic, Asa de Águia no início, Chiclete, então assim, a TV Itapoan foi um divisor de águas para esses artistas, Luís Caldas implantando aquele axé, o Fricote, então a gente pôde oportunizar isso para as pessoas e eu também me sinto muito feliz por isso, poxa tem dedinho meu nisso aí hoje e é um prazer imenso pra mim. A TV Itapoan foi uma mola mestra para esses artistas, empurrou para as carreiras nacionais e os programas locais injetaram isso para os artistas”.


Patty Fofolete apresentou o Maria Fumaça num período de 4 a 5 anos. "Então é bacana, é um resultado de ibope, a gente tinha um retorno desse público e fora alavancar as carreiras de artistas e bandas, tinha jogos, tipo minigincanas com escolas, tinha desenhos animados, recebia artistas de fora, era um programa bem ativo, um show mesmo, que eu também fugia dos scripts várias vezes, fazia o que me dava na telha, mas muito mais profissional, muito mais do jeito que eu queria, era um programa que tinha minha cara".


Paty cantava na época. "Tinha Sapatinho de Cristal que foi uma música que foi um boom para o programa, a própria música do programa Maria Fumaça, então foi um momento mais artístico, tinha músicas, LP e já era algo mais sério com produtores, gravadoras, fazíamos shows todos os finais de semana. Falo no plural, eu me refiro ao grupo e a turma que cresceu comigo fazendo isso, Geisa, apesar de apresentar outro programa, também estava conosco”.


A TV era uma extensão da vida de Patrícia. “É uma vida, muitas histórias, é engraçado que eu acordava e estava na TV Itapoan, eu almoçava na TV e muitas vezes estudava lá. Na época, eu estudava no Sartre e os meus colegas não entendiam muito essa rotina de faltar aula, de ter professor particular, era um outro foco, mas eu tive um suporte muito grande dessa equipe do antigo Sartre. Engraçado eles depois de anos se tornaram os meus chefes, continuei trabalhando com essa turma que acreditou em mim desde pequenininha, no Colégio Cândido Portinari, por isso que tenho tanto amor por eles, que me conhecem na minha essência quando eu era profissional de um outro jeito. Era uma rotina muito corrida e a TV Itapoan era uma referência para mim, era minha segunda casa”



Banda Reflexus no Maria Fumaça


Depois do Maria Fumaça, Patty apresentou um outro programa chamado Alto Astral, era um programa mais moderno e jovem com entrevistas, falando sobre adolescência, assuntos polêmicos, debates e tinha também artistas que faziam shows e cantavam. "Eu apresentei já no finalzinho dessa minha carreira, estava adolescente com 16 a 17 anos e em paralelo apresentei o Miss Baianinha, que na época quem apresentava era Tia Arilma, depois acho que Geisa apresentou. Logo após, fui prestar vestibular. Estava estudando muito e tinham propostas de ir pra São Paulo, mas eu tinha perdido meu pai naquele momento, só ficou eu e minha mãe nessa labuta e a gente não se via em São Paulo, sem meu pai pra começar do zero”.


Neste momento a TV local se reestruturou, a TV Nacional deu uma ordem que os programas locais iam ser extintos, ficariam só os jornais. Para Paty foi bem difícil naquele momento. "Você olha para um lado e pro outro e você se pergunta: 'E agora? Vou fazer o quê da vida? Não sabendo eu, que tinha uma vida inteira pela frente, porque eu ainda tinha 17 anos, ainda ia começar a vida. E eu lembro que fiquei na escada da TV Itapoan, me perguntando o que eu ia fazer da vida. E até chegar a essa maturidade com que falo hoje, demorou. Eu fui fazendo todos os cursos que eu queria, publicidade, marketing, mas ainda com aquela dúvida meio que querendo voltar, se ia tentar a carreira em São Paulo, se era jornalismo, confusa, afinal foi uma vida dedicada à TV”.


Mas Paty acabou se encontrando na área de publicidade. "Trabalhei em algumas agências de publicidade e de modelo, comecei a me apaixonar por esse mundo, tive a minha Manu, minha filha, na época eu tinha 21 anos, jovem, mas já namorava muito tempo o pai dela, já veio uma gravidez numa idade jovem,então a gente acaba abdicando de algumas coisas. Ah, um sonho de ir pra São Paulo, não posso com uma filha pequena, então fui me adaptando a essa nova rotina de ser mãe, que foi o maior presente da minha vida. Minha filha tem 21 anos, é uma estudante de Medicina, só me dá orgulhos, cuida de mim e quando a gente pára e fala 'engravidei muito jovem, será que eu vou cuidar? Vou saber criar? Será que vou conseguir inserir esse ser humano numa sociedade, fazê-lo ter um futuro brilhante tão nova como eu fui? E eu consegui".


"Minha filha está totalmente pronta entregue aos caminhos que virão para ela só brilhar e outra que coloco a minha experiência de TV, porque aos 21 eu tinha experiência para educá-la, por isso que consegui ser mãe tão jovem e dar tudo certo no final. Eu tenho outra filha, Mila, de 11 anos, e ela puxou mais a mim. É mais artista, comunicativa, é o que ela me diz, que quer fazer teatro, dançar e cantar. Ela quer que eu coloque ela nos programas de TV, que eu vá em São Paulo com ela”.


É, mas o mundo da TV é bom, é mágico, mas gera dúvidas, não é Patty? "Quando eu me tornei adolescente eu me perguntava: 'caramba, eu quero ser normal', ir ao shopping de uma maneira mais normal e natural. Hoje em dia, os artistas preservam mais isso, eles vão ao cinema, tudo bem que é visto, tem paparazzi, mas eles vivem. Na minha época era muito louco, você tinha que ficar um pouco dentro de uma bolha de vidro, tinha autógrafo, era uma rotina acelerada, você não podia estar de mau humor. Então quando estava na fase adulta, me perguntava: Será que quero isso pra mim? Porque é uma exposição e tinha que ter muito amor, mas hoje eu sou uma mulher muito feliz e talvez se eu não tivesse trilhado esse caminho, eu não seria tão feliz”.



Paty e Geisa


Quando questionada se as apresentadoras baianas foram as pioneiras no formato de programas infantis, que depois foi exportado para São Paulo, Paty responde: “ Somos pioneiros e não somos. Tia Arilma trouxe essa ideia de programa infantil para crianças e adolescentes para TV baiana, que muitas vezes os adultos ficavam todos encantados, porque precisavam levar os filhos, era um diferencial. Depois disso, Mara foi pra São Paulo apresentar o Show Maravilha e fiquei apresentando o Clube do Mickey e o Maria Fumaça, então quando eu apresentava já existia o Show Maravilha, o Xou Da Xuxa , o programa da Angélica, na Manchete, todo mundo meio que começou juntinho, eu mesmo comecei na mesma época que a Angélica iniciou os programas dela na Manchete, o Clube da Criança"


Patty ia muito para São Paulo, uma vez ao ano e ficava um mês lá na casa de Mara pra divulgar o trabalho. " Eu ia pra Manchete, pro SBT, pra Globo, conheci os Trapalhões, Simony, na época do Balão Mágico, depois com o Do, Re, Mi, Fá, Só, Lá, Simony no SBT, Gugu, no Viva à Noite, Sérgio Mallandro, eu tinha contato com o pessoal de lá, mas a gente sabe que um programa nacional tem outra ferramenta, uma outra visão, um outro número de produção, tinha um número muito maior de produtores, eles tinham teleprompter (TP), dálias (cartolinas enormes escritas a mão que os produtores escreviam para os apresentadores falarem e liam o que iam apresentar), aqui a gente não tinha dálias nem TP, tinha fichas, uma hora você passava um olho na ficha”, disse. Paty trabalhou com marketing na Secretaria de Turismo da Bahia e atualmente atua no mesmo ramo no Colégio Cândido Portinari.



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